Resumo
Objetivo: A pesquisa Top Five do Banco Central do Brasil (BC) sinaliza o desempenho dos bancos, consultorias, associações de classe e outras instituições financeiras que mais acertam (se aproximam) as projeções acerca dos indicadores macroeconômicos. Nossa pesquisa explora a relação entre as interações e o desempenho desses atores.
Originalidade: Utilizamos as hipóteses típicas da rede social (ARS), nesse caso, da relação entre interação social e a capacidade preditiva, abrindo novas frentes de pesquisa. A originalidade do trabalho é uma sugestão do tipo de análise.
Método: Analisamos os laços entre instituições que o BC credencia para realizar projeções sobre indicadores macroeconômicos no Brasil. Além disso, compreendemos como são específicas as expectativas ficcionais, mas mais especificamente, as possíveis fontes da capacidade ficcional (em termos sociológicos) dos atores econômicos. Primeiramente, por meio da relação entre Economistas-Chefes (EC) e instituições, analisamos a rede social (ARS) e descrevemos as estatísticas de centralidade das interações de 152 das 171 instituições credenciadas; após executarmos um teste de transparência não paramétrico para verificar a correspondência entre a rede e as demais variáveis relacionadas às interações; por fim, exploramos as correlações entre a presença dos atores no ranking do BC e suas interações e outras variáveis.
Resultados: A centralidade das interações entre as instituições pode aprimorar o desempenho dos atores, enquanto outras variáveis têm impacto de pouca ou nenhuma relevância.
Conclusão: Podemos concluir que as interações entre os atores podem contribuir para o seu desempenho preditivo.
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